Casa Espirita Allan Kardec-Divulgação da doutrina espirita, com estudos toda 4ª feira ás 19:30hs e aos domingos atendimentos fraterno, palestras e passes à pártir das 17hs.
sábado, 4 de janeiro de 2014
Bem aventurados os que choram
Dizem que todos choram, que a Humanidade inteira geme sob o estímulo da dor e que esse sofrimento é o preço do pecado introduzido na Terra pelo "nossos primeiros pais" ? Adão e Eva.
Afirmam outros que as dores e aflições deste mundo são o meio de que Deus se vale para experimentar-nos e aferir a nossa fé, ou para aumentar os nossos méritos, a fim de que maiores sejam nossos gozos no paraíso.
Mas se é assim, por que uns sofrem mais do que outros ? Por que alguns vivem apenas algumas horas, sem sequer tomar consciência de si mesmos, enquanto outros têm de viver sessenta, oitenta ou cem anos, conhecendo toda a sorte de agruras ? Por que uns nascem belos, saudáveis, e assim atravessam toda a existência, enquanto outros nascem monstruosos e enfermiços, pré-condenados a uma vida miserável e dolorosa ? Por que uns vêm ao mundo em ambientes sadios, em que recebem fina educação e aprendem a cultivar as virtudes, ao passo que outros surgem em meios sórdidos, onde medram os vícios mais infamantes e lhes é ensinado a detestar o trabalho, a furtar e até a matar, meios esses que são verdadeiras antecâmaras de salões hospitalares ou de cubículos penitenciários ?
A concepção de que as misérias desta vida são decorrências do pecado original, ou provações necessárias a todas as almas, para que, depois de sua passagem por este mundo, saibam apreciar melhor as alegrias e as doçuras da mansão celestial, forçoso é convir, não explica essas anomalias e diversidades, e há induzido muitos homens a descrerem por completo da Providência, ou seja, da sabedoria suprema com que Deus conduz todas as coisas.
Estava reservado ao Espiritismo, o Consolador prometido pelo Cristo, oferecer o esclarecimento desse ponto, sem negar nem infirmar nenhum dos atributos da Divindade.
O sofrimento ? segundo a Doutrina Espírita ? é a conseqüência indiscutível da incompreensão e dos transviamentos da Lei que rege a evolução humana.
Sendo Deus soberanamente bom e Justo, não haveria de permitir que fôssemos excruciados (torturados), salvo por uma boa razão ou uma causa justa; assim, se, sofremos é porque, por ignorância ou rebeldia, ficamos em débito com a Lei, seja nesta ou em anteriores encarnações.
Criados para a felicidade completa, só a conheceremos, entretanto, quando formos perfeitos; qualquer jaça (mancha) ou falha de caráter interdita-nos a entrada nos mundos venturosos e, pois, é através das existências sucessivas, neste e em outros planetas, que nos vamos purificando e engrandecendo, pondo-nos em condições de fruir a deleitável companhia das almas santificadas.
Quanto maiores tenham sido nossas quedas, tanto mais enérgico precisa ser o remédio destinado a curar nossas chagas; então, aqueles que muito sofrem são os que mais culpas têm a expiar, e devem alegrar-se à idéia de que as lágrimas do sofrimento, suportadas com paciência e resignação, lavam a consciência e purificam o espírito, constituindo-se, por assim dizer, o preço com que se adquirem as mais suaves consolações na vida futura.
Explicada a missão providencial da dor e sua benéfica influência na reforma e melhoria das almas, já agora podemos compreender o alcance das palavras do Mestre, quando proclamava: "Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados." (Mateus, 5:5.)
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